quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Opinião: "De repente 30"

Título: 13 Going on 30 (De repente 30)
Lançamento: 2004
Actores: Jennifer Garner, Mark Ruffalo, Judy Greer
Direcção: Gary Winick
Gênero: Comédia/Fantasia/Romance
Duração: 98 min.

     Essência Pura: 6.5/10

     Sinopse: Jenna Rink (Christa B. Allen) é uma garota que está descontente com sua própria idade, já que seus colegas mais populares da escola não lhe dão atenção, seus pais ficam sempre no seu pé e o garoto por quem está apaixonada nem sabe que ela existe. A única amizade que Jenna possui é Matt Flamhaff (Sean Marquette), seu vizinho. Para tentar reverter a situação Jenna decide por ter uma grande festa para o seu 13º aniversário, convidando todos os adolescentes que conhece. Porém o que deveria ser sua consagração se transforma num grande desastre, após Jenna ser trancada em um armário devido a uma brincadeira e ser completamente esquecida pelos demais presentes na festa. Triste, Jenna faz um pedido: virar adulta de repente, para ter a vida com que sempre sonhou. O pedido milagrosamente se torna realidade e, no dia seguinte, Jenna (Jennifer Garner) desperta em 2004 e com 30 anos de idade. De início Jenna fica assustada com as novidades de sua vida, mas aos poucos fica cada vez mais encantada por ter se tornado tudo aquilo que sempre sonhou ser. Porém, quando tenta reencontrar Matt (Mark Ruffalo), Jenna descobre que perdeu contato com ele há vários anos e que agora ele está prestes a se casar.

     Opinião: Um filme que dá para largar umas boas gargalhadas. As peripécias de Jenna não passam nada despercebidas e quando esta de um dia para o outro passa de 13 anos para 30 anos as diferenças são bastantes. Em 17 anos a moda é totalmente outra, a tecnologia evoluiu e a sua vida cresceu de uma maneira totalmente diferente do que ela queria, porque apesar de ver os seus desejos realizados tudo o resto pareceu lutar contra a sua felicidade e bom carácter.

     É um filme leve que dá para entreter o suficiente para podermos dizer que passamos um bom tempo. É divertido ver como as mudanças são grandes em idades tão distintas e como nem tudo o que desejamos é o melhor. A lição que sempre ouvi toda a vida de pessoas mais velhas vi-a detalhadamente neste filme: " Não queiras crescer depressa de mais, nem sabes o que irás desejar um dia voltar a ter essa idade". 

   A Jennifer Garner não decepciona mas também não faz uma performance excepcional, satisfatória ouso dizer. É um papel óbvio e já muito usado, contudo o que pode marcar a diferença nesta comédia é o empenho do actor/actriz, neste caso a J.G. Foi bem conseguido, mas o suficiente para ser notado e não aclamado.

     Quanto ao filme em geral, é uma comédia comum e relaxante, não poderá haver muito a acrescentar, já que neste gênero de filme os lapsos são comuns, mas como não sendo um filme com uma produção para chegar a óscar a observação a esses lapsos é mais desleixada da minha parte.

     Pontos Baixos: Ser mais uma típica comédia, não no caso de um crescimento de idade de um dia para o outro, mas o normal de vermos uma personagem que tem a sua vida totalmente ao contrário do que desejava sem se aperceber e que um dia ao abrir os olhos tenta mudar tudo isso e seguir um novo rumo, poderia enumerar várias comédias desse gênero mas também não quero massacrar o filme com excessivas comparações a outros. Outra questão que me deixou bastante intrigada foi a Jenna em todo o caso ter um suposto namorado, até a meio do filme ele aparece e interage e ela mesmo refere-o várias vezes, contudo de um momento para o outro ele desaparece. Onde é que ele foi parar? Estranho. 

     Pontos Altos: A demonstração de como uma pessoa pode mudar bastante com a idade. Que nem sempre o que desejamos é o melhor pois muitas vezes não termos noção das consequências do que queremos. Estes factores foram cruciais para considerar esta uma comédia agradável pois não teve só como objectivo fazer rir mas mostrar algo que nos atinge todos os dias, principalmente aos jovens.

     É um filme divertido e bom para ver na companhia de amigos que gostem de comédias românticas, contudo não se excedam de expectativas pois no final é só um pouco mais do mesmo, não sendo esse um ponto negativo, sendo por vezes até positivo se não quiserem ser surpreendidos. 

*.* E.P.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Opinião: "O Capitão Corelli"

Título: Captain Corelli's Mandolin (O Capitão Corelli)
Lançamento: 2001
Actores: Nicolas Cage, Penélope Cruz, Christian Bale, John Hurt
Direcção: John Madden
Gênero: Drama/Romance/Guerra
Duração: 131 min.


     Essência Pura: 7.5/10

     Sinopse: A idílica beleza da costa mediterrânea da Grécia foi invadida pela Itália, trazendo legiões de soldados a antes tranquila ilha de Cephallonia. O Capitão Corelli (Nicolas Cage), um oficial apaixonado pelo bandolim, inicialmente conquista a inimizade de muitos moradores, inclusive de Pelagia (Penelope Cruz), a filha do médio da aldeia. Pelagia é uma mulher educada e voluntariosa e se sente ofendida pelo comportamento do oficial italiano, mas lentamente cede ao seu charme, quando é forçada a dividir a casa de seu pai com capitão. Quando o noivo da moça deixa a ilha para guerra,a amizade entre Antonio e Pelagia cresce ainda mais forte. Sua beleza e inteligência conquistam seu coração e seu afeto pelos moradores o levam a questionar suas razões em lutar. Antonio se torna parte da vida dos moradores, mas por curto período. Com a guerra mais perto da vila, Antonio e Pelagia são forçados a escolher entre a lealdade a seus países e o amor que sentem um pelo outro.

     Opinião: Para mim este filme é muito mais que uma história de amor decorrente num dos piores períodos da história mundial. Retrata muitos outros pormenores por vezes esquecidos, mostra como uma guerra separa, modifica e degenera a vida de um povo. Onde pais vêm os seus filhos partirem antes deles, assim como, cidades eram totalmente dizimadas.

     Pelagia, Penélope Cruz, pode parecer não ser mais que uma simples mulher que mora com o seu pai e que se encontra noiva, mas ao longo de todo o filme vimos a força desta personagem, capaz de lutar contra todas as situações e fugir a tradição e ao pudor entregando-se ao seu verdadeiro amor. A sua coragem é notória, arriscando a vida para cuidar dos que lhes são mais queridos. Uma personagem fantástica e contudo não perfeita dando assim o toque de realidade e naturalidade que por vezes faltam às personagens de certos filmes.

     No decorrer do filme deparamo-nos com imagens e locais excepcionais, onde o amor está à vista de um olhar. O ínicio da paixão entre Pelagia e o Capitão Cornelli inicia-se não com toques nem com abuso de cenas apaixonantes que abundam em muitos filmes, mas sim com cenas subtis em que vimos a cada cena aumentar a intensidade da respiração dos mesmos e até mesmo os olhares e atitudes. Isto é algo que faz deste romance mais que um mero romance. 

     Não posso deixar de referir que toda a representação da 2ª Guerra Mundial foi fascinante, dando-nos o gosto de pequenos detalhes da mesma, não causando a sensação de que estávamos a ver um filme de guerra mas que sim um romance que se passava num período de guerra. Os detalhes como a ideologia alemã que é subtilmente colocada, assim como, os massacres que os alemães faziam, as perdas que existiam e a separação de nações e vidas. 

     Pontos Baixos: Apesar de tantos pontos positivos, não dou uma cotação mais elevada por comparação a outros filmes e a outros pequenos detalhes. As atitudes do próprio Mandras, Christian Bale, por vezes deixaram a desejar mais, como a sua aceitação rápida do que se estava a passar com a sua noiva e o Capitão, mesmo que este quisesse separar a guerra da vida pessoal, nunca achei que fosse capaz de demonstrar tanta indiferença à situação só referindo realmente o que se passava perto do final. Achei também estranho haver um empenho em se ouvir de vez a vez palavras em italiano por parte dos italianos e contudo por parte dos supostos gregos não se ouvir nenhuma ou rara palavra na sua língua. Pelo menos estava à espera da tentativa para disfarçar e mostrar que estava mesmo a acção a decorrer na Grécia. 

     Pontos Altos: A qualidade dos actores, Nicolas Cage, Penélope Cruz, Christian Bale e John Hurt tiveram desempenhos esplêndidos. A tentativa dos mesmos ao tentar disfarçar o sotaque que tinham e colocar o sotaque correspondente a nacionalidade que representavam também foi um ponto a favor. Todos os detalhes da guerra também merecem o seu destaque assim como as paisagens retratadas ao longo do filme. 

     É um filme que recomendo vivamente principalmente aos amantes de romances e épocas passadas em guerras. Tem que chegue para agradar a ambas as partes e nunca enjoar o espectador. 

*.* E.P.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Opinião: "Uma Questão de Fé"

Título: Keeping Faith (Uma Questão de Fé)
Autor/a: Jodi Picoult
Editora: Civilização Editora
Colecção: -/-
Classificação: Drama/Romance
Ano de Edição: 2008
Páginas: 456 
Encadernação: Capa Mole

     (Todo o comentário contem o mínimo de spoilers possíveis e evitei referir directamente o nome das personagens ,assim como, não referi acontecimentos detalhadamente)

     Essência Pura: 6/10
  
Acredita em milagres?

Em que está disposto a acreditar?


    Sinopse: Pela segunda vez no seu casamento, Mariah White apanha o marido com outra mulher, e Faith, a filha de ambos, assiste a cada doloroso momento. Após o inevitável divórcio, Mariah luta contra a depressão e Faith começa a conversar com um amigo imaginário. A princípio, Mariah desvaloriza o comportamento da filha, atribuindo-o à imaginação infantil. Mas quando Faith começa a recitar passagens da Bíblia, a apresentar estigmas e a fazer milagres, Mariah interroga-se se sua filha não estará a falar com Deus. Quase sem se aperceberem, mãe e filha vêem-se no centro de polêmicas, perseguidas por crentes e não-crentes e apanhadas num circo mediático que ameaça a pouca estabilidade que lhes resta.

Levanta questões pertinentes sobre religião sem se tornar sentimentalista - Entertainmente Weekly

     Opinião: Não é qualquer livro ou autor que nos consegue colocar a questionar certos pontos de vista. Fazer-nos pensar no que é ou não real. Fazer-nos questionar as nossas ideologias e crenças, mas esta autora consegue transmitir bem uma questão que envolve mundialmente todos os Homens e que nunca teve realmenente resposta e que dificilmente algum dia virá a ter.

   Quando olhei pela primeira vez para a capa achei que me iria arrepender, gosto pessoalmente de me aventurar em livros e filmes que nos fazem questão muita coisa, mas não gosto de me envolver muito no tema Deus. Não por ser contra em demasia ou a favor em entusiasmo desesperado mas sim por não ter tudo bem difinido ainda, não consigo ser como certas personagens ao longo do livro, em que algumas defendem totalmente a existência do mesmo e outras repudiam-na. No entanto, todo o livro supreendeu-me pela positiva. Pensando eu que iria ler um livro que iria focar muitissimo a existência ou não de Deus, acabei por encontrar um livro que mostra o amor maternal, a luta pela verdade, o bom senso acima da crença excessiva, a traição num plano real e claro a religião em várias vertentes.

     Não posso referir a pouca previsibilidade como um ponto a favor, pois desde o ínicio toda a história se tornou previsivel o que me iria logo fazer recurar na leitura do livro em questão, contudo as personagens e a história das mesmas conseguiu prender-me e querer ver e descobrir mais sobre elas. Confesso que fascinei-me desde ínicio com o jornalista/apresentador/ateu Ian Fletcher, e toda a sua evolução na história. Esta personagem que sempre fora um ateu ávido e lutou sempre por fazer desacreditar todos os supostos milagres e crenças vê-se ao logo de toda a acção a duvidar do que sempre acreditou, que Deus não existe. Uma personagem que parecia vir para desmoronar a lutadora Mariah White, contudo se não fosse a intervenção do mesmo a história talvez não tivesse acabado como acaba. 

     Já a Mariah White, a mãe da suposta vidente religiosa e que vê Deus, Faith White, mostra-nos o que é ser realmente mãe. As constantes dúvidas que se tem, o achar que nunca estamos a altura que é o desafio de cuidar de um filho, os medos, a constante pressão de ter de ser uma mãe perfeita e para além disso de todas essas dúvidas mostrar que é possível tomar as decisões certas quando todos dizem que estamos a tomar a decisão errada. 

     O facto principal que é a questão religiosa em redor da pequena Faith é talvez o que menos me fascina, faz realmente questionar muitas coisas. Se acreditamos realmente em milagres, se temos fé ou se não passa tudo de uma rotina já imposta pela sociedade nas nossas vidas. No entanto, vejo essa parte da história como ficção pois a autora inventou as personagens assim como deu um parecer seu à história, logo, para mim toda essa parte por mais bem retratada que tenha sido é ficção e meramente isso. Mas indico que não é por ser ficção que tirou o glamour à história, é com este tipo de ficção que muitas das vezes se dá origem a acontecimentos bem reais.

     Pontos Baixos: Não consigo focar um ponto exacto que possa indicar como um erro ou uma atracção menos positiva na história. No entanto, posso dizer que certas partes da história não me cativaram assim tanto, algumas personagens que apareceram ao longo da mesma e pareciam vir criar mais polêmica ou mais entusiasmo à mesma apenas desapareceram e a ideia do que poderiam vir a fazer ficou só mesmo pela ideia, deu a entender que não passaram mais do que "palha" para encher páginas. Também achei estranho haver tanto foco em na questão da Faith ver Deus como uma Ela e no entanto no final da história não haver nada que tocasse nesse assunto. 

     Pontos Altos: A naturalidade das personagens mais em foco, tornando-as quase pessoas que podemos encontrar ao fim da rua. As grandes questões apresentadas, como a fé, a traição, as dúvidas, o papel maternal, as doenças e até mesmo como se lidar numa situação de divórcio e a que tudo ele implica. Gostei pessoalmente como já referi das personagens, Ian Fletcher e Mariah White, tanto pela evolução de ambos ao longo da história, assim como, da forma que conseguiram ultrapassar todos os problemas e questões em que se foram vendo colocados. Claro que não posso deixar de passar a pequena Faith e a avó da mesma, a Millie.

    Se é um livro que aconselho? Dependerá muito do vosso gosto literário. Digo já que não é um livro para qualquer pessoa pois acredito que muitos mal o começassem o largassem, pelo facto das temáticas em si. Mas quem gosta de temas que nos fazem questionar no que realmente acreditamos e de dramas familiares este livro é de certeza uma boa escolha.

    Foi uma boa estreia com esta autora, já que nunca tinha lido nenhum livro dela antes, mas mesmo assim acho que iria conseguir um pouco mais com os seus outros livros.

*.* E.P. 

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Opinião: "O Mar de Ferro"

Título: A Feast of Crows (O Mar de Ferro, parte 2)
Autor/a: George R.R. Martin
Editora: Saída de Emergência
Colecção: Colecção Bang
Classificação: Literatura Fantástica
Ano de Edição: 2009
Páginas: 336
Encadernação: Capa Mole


     (Todo o comentário contem o mínimo de spoilers possíveis e evitei referir directamente o nome das personagens ,assim como, não referi acontecimentos detalhadamente)

     Essência Pura: 7.5/10

    Sinopse: Quando Euron Greyjoy consegue ser escolhido como rei das Ilhas de Ferro não são só as ilhas que tremem. O Olho de Corvo tem o objectivo declarado de conquistar Westeros. E o seu povo parece acreditar nele. Mas será ele capaz? Em Porto Real, Cersei enreda-se cada vez mais nas teias da corte. Desprovida do apoio da família, e rodeada por um conselho que ela própria considera incapaz, é ainda confrontada com a presença ameaçadora de uma nova corrente militante da Fé. Como se desenvencilhará de um tal enredo?A guerra está prestes a terminar mas as terras fluviais continuam assoladas por bandos de salteadores. Apesar da morte do Jovem Lobo, Correrrio ainda resiste ao poderio dos Lannister, e Jaime parte para conquistar o baluarte dos Tully. O mesmo Jaime que jurara solenemente a Catelyn Stark não voltar a pegar em armas contra os Tully ou os Stark. Mas todos sabem que o Regicida é um homem sem honra. Ou não será bem assim?

Agarrana-nos e nunca mais larga. Brilhante!  - Robert Jordan

     Opinião: Uffa finalmente! Sou extremamente sincera, apesar de amar esta saga e a escrita de George Martin os primeiros capítulos foram um tal tormento que demorei um ano a conseguir pegar no livro com entusiasmo e terminá-lo. Mas lá consegui. 

     Inicialmente, não gostei de toda a atenção dada as Ilhas de Ferro, mas o título do livro teria de ter alguma razão de ser. Não aprecio as suas tradições nem as suas paixões, contudo, Martin tem de fazer de tudo um pouco e o objectivo dele mesmo não é que gostemos de tudo. O que me dá um sabor amargo, logo no capítulo a seguir pode parecer um hidromel acabadinho de fazer. Acredito que toda a atenção dada a este povo tenha um objectivo e sei que poderão vir a ser muito importantes na história como já deram a entender. Espero vir a apreciar mais esta demanda e as opções que deixaram em aberto.

     Acredito que todas as personagens evoluíram bastante. Adorei ver a loucura da "mulher que se achava a intocável" a aumentar, simplesmente fascinante assim como ver que todos os seus sonhos acabaram bem rápido dentro de uma "jaula", estou bastante curiosa por saber como isto irá terminar, irá o seu suposto amor salvá-la? Não sei não, ele mudou, notasse nas suas atitudes, começou a olhar de outro modo para a vida e também já não está entrelaçado nos feitiços da sua amante. Este sim, está a melhorar bastante, mas são nestes momentos que vimos que nenhuma personagem é totalmente má ou totalmente boa.

    Quanto à demanda da nossa "cavaleira" achei um pouco enjoativa devido à insistência na sua missão, a torto e a direito a mencionava, mas adorei como terminou o último capítulo em que a mesma apareceu. Será que? Ou será que não? Não ficaram com a mesma dúvida que eu? Já o mesmo enjoo senti com as viagens do Homem da Muralha, ele tem a sua importância mas espero que toda a "lenga lenga" que foi apresentada sirva para algo mais. Quanto à nossa ruiva estou bastante contente com ela, pois mostrou uma maior maturidade, só espero que as promessas do seu "pai" não lhe tenha feito voltar a ser a sonsa que era. Quanto à "Ninguém" teve pouco destaque portanto espero ver melhores momento com essa personagem nos próximos livros. 

     Posso afirmar que durante toda a leitura tive saudades de algumas personagens. Apesar de serem mencionadas o seu paradeiro é desconhecido e as suas aventuras também e tanto gosto eu das aventuras das mesmas, anseio mesmo em voltar a ler os seus pensamentos e viagens. Saudades e muitas! Mas pelo que sei no próximo volume as saudades irão ser compensadas. Será mesmo?

     Pontos Baixos: O desaperecimento de certas personagens que causarem de certeza absoluta saudades a muitos fãs. A "injecção" de muitas novas personagens de uma vez, deveriam ter sido colocadas de forma mais faseada.

     Pontos Altos: A evolução de todas as personagens e da intriga. A abertura de muitas novas possibilidades para o futuro de Westeros. O destaque dado a Dorne, sempre gostei da atitude independente da Princessa. A reviravolta final para uma dada senhora que rasgou o vestido de lã cinza foi simplesmente magnífica. 

     A saga em questão nunca me desapontou mas todos os fãs, penso eu, temos de admitir que foi complicado qualquer livro a seguir à "Glória dos Traidores" ser tão satisfatório como o mesmo. Nada se compara a esse e agora sinto-me mal habituada e com medo que os próximos livros parecem-me sempre a piorar, espero que assim não o seja. No geral é um livro bem conseguido e não decepciona apenas dá uma tremenda ansiedade aos fãs e uma forte probabilidade de termos um ataque de coração com certas novidades. Recomendo e recomendarei sempre esta saga, este mundo de traições, invejas, ciumes, sensualidade e mentiras é demasiado bom para não ser notado.

*.* E.P.

domingo, 16 de outubro de 2011

Opinião: "Actividade Paranormal 2"

Título: Paranormal Activity 2 (Actividade Paranormal 2)
Lançamento: 2010
Actores: Katie Featherston, Micah Sloat, Molly Ephraim, Brian Boland,  Sprague Grayden
Direcção: Tod Williams
Gênero: Mistério/Terror
Duração: 91 min.

     Essência Pura: 7/10

    Sinopse: Kristi (Sprague Grayden), irmã de Katie (Katie Featherston), teve recentemente um filho com Daniel (Brian Boland), que já era pai de uma adolescente. Um dia, ao chegarem em casa, a encontram completamente revirada. Tentando evitar que a situação se repita, Daniel compra um sistema de segurança que instala câmeras em diversos cômodos e no lado de fora da casa. Ao mesmo tempo o casal e a adolescente têm por costume filmar tudo o que acontece ao seu redor. Até que um dia situações estranhas começam a acontecer, o que faz com que o trio acredite que a casa é mal assombrada.

     Opinião: Um filme que não agrada a todos. Actividade Paranormal desde o primeiro filme que se destacou por ter um carácter muito especial, ou se gosta ou se detesta. Muitas pessoas adormeceram a ver estes filmes outras tantas mal conseguiam dormir durante a noite após verem este filme. Posso indicar que eu tendo mais para o segundo grupo de pessoas, tenho um gosto especial por este estilo de filmes pois para mim terror não é sangue e mortes muito elaboradas com instrumentos cada vez mais estranhos e fora do normal, terror é sim a sensação de não saber o que se esperar, apenas se sabe que algo de muito mau está para vir e que a qualquer momento pode aparecer. É sentir sempre que algo pode acontecer a qualquer momento que me mete medo não uma quantidade absurda de sangue.

     Comparando este segundo filme com o primeiro poderei dizer que houveram aspectos bem mais positivos e outros mais negativos. Este desenrolou-se na minha opinião de forma mais lenta, contudo quando algo acontecia era em grande, mas também estava à espera que acontecessem mais actividades paranormais. Já o primeiro que deixou muitas perguntas em aberto, com este novo filme conseguimos responder a muitas dúvidas que tinham ficado por esclarecer. A entrada de mais personagens também fez, para mim, tornar-se tudo muito mais interessante assim como a percepção natural dos animais para actividades estranhas, portanto, a cadela foi um elemento extraordinário e de louvar. 

     Muitas das vezes tive pena do pequeno Hunter, foi uma personagem que não falava nem interagia muito, apenas gatinhava, chorava e gritava, mas foi essencial para toda a história desta segunda parte da sequela. Ainda estou a pensar como é que o miúdo ficou a planar no ar. Medo!

     Contudo, existiram cenas que foram muito idênticas ao do primeiro apenas tentaram criar mais brutalidade nelas para disfarçar as semelhanças e criar talvez para quem tenha a sensibilidade mais activa e assim ficasse com mais medo.

     Pontos Baixos: A lentidão inicial do filme o que faz perder um pouco do entusiasmo com que começamos a ver o filme. Demasiadas câmeras na minha opinião, enquanto no primeiro estávamos muito restritos por uma única câmera e se essa fosse deixada para trás apenas o som era transmitido criando ansiedade, neste a existência de várias câmeras retirou um pouco o suspense pois a visibilidade era quase total excepto na cave.  O final achei um pouco acelerado de mais, podiam ter acelerado mais o inicio e desacelerado mais o final. Agora uma grande falha foi no trailer do filme aparecer uma cena que no filme não aparecer, não é de todo normal e foi uma falha gigantesca.

     Pontos Altos: A sequela ter dado resposta a muitas dúvidas que tinham sido deixadas pelo anterior filme e ter sido também um gênero de introdução para o que levou a acontecer na casa da Katie e do Micah. As interacções não humanas por parte da cadela também foram magníficas, pois esta como o Hunter foram o que notaram logo a presença de alto exterior aos habitantes da casa e deram várias vezes sinais disso. Por serem ambos, tanto a cadela por não poder ser treinada a 100% como "actriz", assim como o Hunter por ser demasiado novo para poder ser ensinado como deve ser, tornaram as cenas muito mais reais e a simplicidade como faziam as coisas davam mais credibilidade a história. Para terminar, o suspense continou a destacar-se mesmo já sabendo o que poderia esperar, mas contudo não quando.

     É um filme difícil, pois é imprevisível saber quem irá gostar dele ou odiar. Contudo para quem gosta de terror/suspense aconselho-o e peço que estejam bem atentos ao filme e não riam de todas as cenas pensando que são impossíveis de acontecer, pois nunca se sabe e o filme também perde logo toda a piada se assim acontecer.

*.* E.P.

Opinião: "Equilibrium"

Título: Equilibrium
Lançamento: 2002 
Actores: Christian Bale, Sean Bean, Emily Watson, Taye Diggs
Direcção: Kurt Wimmer
Gênero: Acção/Drama/Sci-Fi
Duração: 107 min.

      Essência Pura: 9/10

     Sinopse: Nos primeiros anos do século XXI aconteceu a 3ª Guerra Mundial. Aqueles que sobreviveram sabiam que a humanidade jamais poderia sobreviver a uma 4ª guerra e que a natureza volátil dos humanos não podia mais ser exposta. Então uma ramificação da lei foi criada, o Clero Grammaton, cuja única tarefa é procurar e erradicar a real fonte de crueldade entre os humanos: a capacidade de sentir, pois há a crença de que as emoções foram culpadas pelos fracassos das sociedades do passado. Desta forma existe um estado tolitário, a Libria, que é comandado pelo "Pai" (Sean Pertwee), que só aparece através de telões. Foi decretado que os cidadãos devem tomar diariamente Prozium, uma droga que nivela o nível emocional. As formas de expressão criativa estão contra a lei, sendo que ao violar qualquer regulamento a não-obediência é punida com a pena de morte. John Preston (Christian Bale) é um Grammaton, um oficial da elite da lei, que caça e pune os "ofensores", além de ter poder para mandar destruir qualquer obra de arte. Um dia, acidentalmente, Preston não toma o Prozia. Pela primeira vez ele sente emoções e começa a fazer questionamentos sobre a ordem dominante.

     Opinião: Qual seria o objectivo de viver se não se sentisse? Como poderíamos viver sem amar, odiar, invejar, rir...? Não haveriam guerras certamente já que muitas delas são originadas devido à inveja, cobiça, ciúme, obsessão, mas será que valeria a pena não haver guerras e os seres humanos não passarem de seres com rotinas definidas em que nada lhes daria prazer nem nada os afectaria? Todos estes dilemas são a base do filme. 

     Encontramo-nos numa sociedade alternativa, assim como já vimos na trilogia de Matrix, contudo os humanos têm noção do que fazem e decidiram abdicar dos seus sentimentos para manter a paz e uma sociedade perfeita. Existe uma guarda especializada, os clérigos, responsável por verificar se todos os humanos consumem a droga que permite este tal acontecimento, assim como, exterminam os que lutam contra este sistema de não sentir. No meio de toda esta disputa e tentativa de criar a sociedade perfeita podemos encontrar o melhor e mais perspicaz clérigo, o Jonh Preston (Christian Bale), um dos mais poderosos e destemidos do seu cargo. Contudo, ele que defende vivamente o uso do Prozium, acaba por não o tomar e vê-se a sentir e a reagir às pequenas das coisas da vida que acontecem ao seu redor fazendo-lhe sentir toda uma espécie de emoções. 

     Este é um tema que nunca me canso de discutir, será que um Mundo perfeito, sem guerras, sem cobiça, sem inveja e sem todos os outros males seria melhor do que o que temos agora? E além do mais, será que teria futuro um Mundo assim? Até que ponto eu quereria abdicar dos meus sentimentos e emoções para criar este tal perfeccionismo? Confesso que não era capaz de viver como um robot, sem qualquer gênero de sentimentos. 

     Toda a história transborda de dilemas filosóficos que nos fazem pensar do inicio ao fim do filme, o que realmente vale a pena. As actuações são magníficas já que muitos dos actores tiveram de fingir não ter sentimentos, e acredito que seja um total desafio para um actor ter um papel que a sua principal característica é não sentir. 

     Não posso de deixar de referir que apesar de a participação do Sean Bean ser curta é bastante preciosa e importante para certas reviravoltas no filme e até mesmo na personalidade de certas personagens. 

     Pontos Baixos: Em todo o filme uma das coisas que mais achei estranho foi, o Jonh Preston, sendo ele um detector implacável de sentimentos, sabendo sempre quando um outro humano estava a reagir através das emoções, como é que não reparou que os seus filmes tinham deixado de usar o Prozium. Achei também uma ou outra cena de luta um pouco mais exageradas mas como este filme está categorizado em sci-fi até as perdoo. Por fim, por vezes o Preston não consegue disfarçar assim tão bem as suas emoções, como é que ninguém reparava? Ou será que só eu é que reparei?

     Pontos Altos: O argumento é magnífico. Achei todo o tema muito bem retratado assim como aplicado ao cinema. De uma forma simples explicou-se vários dos grandes dilemas. A performance do Christian Bale volta novamente a destacar-se, é um actor que se dedica 100% aos seus papéis. Muitas outras personagens mereciam descrições individuais, mas mencionarei apenas que gostei muito de ver o Sean Bean e o Taye Diggs. 

     É um filme que recomendo totalmente, então para quem goste do gênero vai amá-lo de certeza absoluta. Simplesmente magnífico.

*.* E.P. 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Opinião: "Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles"

Título: Battle Los Angeles (Invasão Mundial: Batalha de Los Angeles)
Lançamento: 2011 (USA)
Actores: Aaron Eckhart, Michelle Rodriguez e Bridget Moynahan...
Direcção: Jonathan Liebesman
Gênero: Acção/Sci-Fi
Duração: 116 min.

     Essência Pura: 6/10

     Sinopse: Durante anos, têm sido documentados vários casos de OVNI’s a pairar nos céus – Buenos Aires, Seoul, França, Alemanha, China. Mas em 2011, surge uma aterradora realidade, quando a Terra é mesmo invadida por forças desconhecidas. A população de todo o Mundo observa a queda das grandes cidades, e Los Angeles torna-se a última esperança para a Humanidade. Cabe ao Marine Michael Nantz e ao seu novo pelotão lutar contra esta catástrofe, enfrentando um inimigo como nunca tinham visto.

     Opinião: Onde é que já vi isto antes? Não sei o que deu aos realizadores, mas neste momento parece que a luta entre os humanos e os extraterrestres é tema para muitos filmes. A ideia tem sempre a mesma base, os clichés são praticamente semelhantes e as atitudes as mesmas. O que poderá diferenciar um de outro filme é a qualidade da performance dos actores, assim como efeitos especiais e a "fuga" aos clichés. 

    Desde a estreia do filme que nunca tive muito interesse em vê-lo, logo, as expectativas não eram minimamente altas e a oportunidade de ser surpreendida muito maior já que não esperava nada de especial do mesmo. Contudo, como era de esperar ainda me conseguiu cativar em certas partes mas continuo a achar que conseguia estar sempre um passo à frente do que ia acontecer quando estava a visualizar o filme. Um helicóptero que explode quando os passageiros pensam estar salvos, não vimos já isto em muitos filmes de guerra? O grande patriotismo? Todos morrerem mas por um forte milagre um grupo consegue salvar-se e salvar o dia? Enfim, clichés já muito vistos e que fazem este filme ser só mais um filme que se dedica a uma guerra já muito debatida na actualidade. Originalidade meus caros, por favor! Se querem este tema tentem explorar uma nova vertente, não tenham medo de arriscar. 

     Posso focar, talvez, o actor Aaron Eckhart pela sua performance, no entanto, não o culpo minimamente pela sua personagem ter tendências totalmente suicidas, mas lá conseguiu salvar o Mundo com a ajuda do seu novo pelotão, algo que ainda me custa a acreditar que tenha acontecido. Aqueles extraterrestres para tão desenvolvidos que eram tinham pouca pontaria e a artilharia parecia só funcionar a 100% quando queriam tirar alguma personagem da história.

     Gostei bastante da parte em que um dos civis que estava quase a morrer por ter tido um acto heroico, algo que não falta neste filme, ter contado o quão inocente fora o seu filho perante a chegada dos extraterrestres com a teoria que talvez eles apenas quisessem ser nossos amigos. Esta inocência tão pura agradou-me de todo num filme em que tentam mostrar heroísmo a mais. 

     Pontos Baixos: Os protagonistas terem logo mencionado no inicio que iam lutar para salvar o país deles, quando o Mundo está todo em guerra, acho na minha opinião que foi um grande lapso pois deveriam ter dito algo como " Vamos lá expulsar estes cabrões da nossa terra/planeta/mundo...". O heroísmo e o patriotismo em demasiado foco, uma coisa é ser corajoso outra é parecer que os protagonistas até conseguiam quase ter super poderes para escaparem a tudo. E para terminar o tema já muito desgastado com vários clichés.

     Pontos Altos: A inocência da criança, magnífico momento. As imagens e os efeitos especiais até estavam bastante interessantes, o que valoriza bastante um filme sci-fi. E tenho de admitir para variar gostei de ver que a actriz Michelle Rodriguez não morreu. Estava mesmo à espera que acontecesse, o director fez uma boa escolha em mantê-la até ao fim. 

     Considero este mais um filme da eterna temática que são os extraterrestres, contudo para quem gosta de sci-fi e deste tipo de tema aconselho a ver, pelo menos para que se possa ver outras perspectivas que são sempre interessantes e para se perceber até que modo este filme poderá ter-se diferenciado de outros  semelhantes. 

*.* E.P.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Opinião: "Tróia"

Título: Troy (Tróia)
Lançamento: 2004 (USA)
Actores: Brad Pitt, Eric Bana e Orlando Bloom
Direcção: Wolfgang Petersen
Género: Drama, História, Acção
Duração: 163 min.

     Essência Pura: 9.5/10

     Sinopse: Esta adaptação do grande épico de Homero, “Ilíada”, este filme conta a história de acontecimentos ocorridos no último ano da Guerra de Tróia, que perdurou por 10 anos: Quando, no ano de 1193 a.C., Páris, o príncipe de Tróia, rapta Helena, rainha de Esparta, deixando o rei grego furioso, dá o pretexto mais forte para o início de um combate sangrento que só poderá acabar com a conquista de Tróia... ou não.

     Opinião: Simplesmente esplêndido! Antes de ver este filme, achei que seria apenas mais uma adaptação com foco no romance entre Paris, príncipe de Tróia, e Helen, rainha de Esparta. Várias eram as histórias contadas até ao momento sobre este grande amor que foi também uma forma de egoísmo demasiado grande por parte de Paris, pois este raptar a esposa do irmão do maior inimigo de Tróia levou a que se iniciasse uma das maiores e mais badaladas guerras de todos os tempos. 

     Contudo, estava enganada. O foco principal destacou-se num dos maiores guerreiros de todos os tempos e que ajudou em muito na evolução do império Grego, Achilles, (Brad Pitt). Este era o guerreiro mais destemido da época e considerado quase imortal, muitas são as lendas à volta dele e dele provem a expressão "calcanhar de Achilles" devido à sua morte. Este não obedecia a nenhum rei em particular e queria ser recordado durante muitos e muitos anos após a sua morte. 

     Praticamente toda a acção do filme decorre na praia de Tróia onde os Gregos acamparam para tentarem conquistar a cidade. As tentativas ocorrem em vão pois parece ser uma cidade impenetrável. Contudo, devido a vários motivos Achilles não tem participado nessas tentativas e muito dano parece causar na moral dos soldados este não participar. No entanto, tudo muda de figura quando iludido o príncipe Hector, herdeiro de Tróia (Eric Bana) pensa ter morto em combate Achilles. O erro causa a morte do primo de Achilles, um familiar muito importante. A partir desse momento tudo muda e Tróia fica fragilizada. 

      Pontos Baixos: A morte de Achilles parece um pouco provocada e irreal. Em tanto sítio que Paris podia ter acertado, e ele não era no meu ver muito bom arqueiro, tinha de acertar logo com a primeira flecha no calcanhar. Muito estranho! Sei que o Achilles tinha de morrer mas podiam ter feito algo mais real, ele bem que merecia.

     Pontos Altos: Existem vários, começo por numerar que adorei conhecer mais sobre a história de Achilles, achei que foi muito bem concebido pela parte do produtor ter mostrado as várias facetas deste grande guerreiro. Depois tenho de destacar as excelentes actuações de Brad Pitt e Eric Bana, ambos empenharam-se muito bem nas suas personagens. A música e as imagens também ficaram excelentes e bem encaixadas nas cenas... Ah! Sem esquecer, uma das cenas mais espectaculares foi sem dúvida a luta entre Acchiles e Hector. Bravo!

      Recomendo totalmente! Não é um filme para momentos de relaxamento, pois uma grande história não pode ser rebaixada e ignorada. 

*.* E.P.

Opinião: "Ella Encantada"

Título: Ella Enchanted (Ella Encantada)
Lançamento: 2004 (USA)
Actores: Anne Hathaway, Hugh Dancy e Cary Elwes
Direcção: Tommy O'Haver
Género: Comédia, Fantástico
Duração: 96 min.

     Essência Pura: 6.5/10

    Sinopse: Ella (Anne Hathaway) foi dotada de poderes mágicos pela sua fada-madrinha. O seu principal dom é o da obediência. Ao tentar encontrar a sua fada-madrinha para que ela lhe retire o dom, Ella encontra e apaixona-se por um príncipe.

    Opinião: É um bom filme para descontrair. Neste filme não podemos procurar perfeição porque não a vamos encontrar, nem podemos comprar os seres sobrenaturais desta história com os quais estamos habituados a ver noutros mundos de fantasia, pois o objectivo deste filme encontra-se em distribuir umas boas gargalhadas e várias peripécias que em nada têm em comum com nada.

     É a suposta falta de lógica e realidade que dão piada a este filme. Desde quando é que existiam na época medieval centro comercias? E ainda por cima com escadas rolantes? Elevadores? Botox!? Durante todo o filme encontramo-nos com situações nada credíveis, mas são essas situações que são aproveitadas para gozar, no bom sentido, com muitas outras histórias já existentes.

     A história da Cinderela é sem dúvida uma das que tem mais destaque em todo o filme. Ella, que perde a mãe cedo e acaba por se ver numa grande confusão devido à sua madrasta e as duas meias-irmãs. Depois há o charmoso príncipe encantado e a história de algo acontecer à meia-noite. 

     Não existiram momentos fenomenais nem clássicos que iriam ficar na memória para sempre como os clássicos, nem existiram personagens que moldaram a nossa vida e muito menos actuações merecedoras de óscares, mas como já tinha referido esse não era o principal objectivo. Senti-me sempre, como se este filme tivesse sido feito durante uma brincadeira de amigos que queriam apenas descontrair um pouco e rirem-se à custa de coisas tão pouco prováveis de acontecerem. 

     Pontos Baixos: O exagero de incredibilidade em certas cenas, apesar de ser um filme de fantasia, o abuso da mesma por vezes seria desnecessário. Gostaria também que o "mauzão" da história fosse um pouco mais consistente e credível. 

     Pontos Altos: A não tentativa de fazerem um filme perfeito. Por vezes acho que o maior erro das comédias é tentarem ser perfeitas acabando por perder toda a piada, já em Ella Enchanted as cenas cómicas aparecem com a fluidez necessária e sem tentarem mostrar perfeccionismo. Assim dá prazer rir, quando podemos ver uma cena em que não reparamos que todos os pormenores foram ensaiados para fazer o espectador rir. 

     É um filme que dá para passar um bom momento, seja sozinho ou acompanhado. Aconselho.

*.* E.P.

Opinião: "A Casa dos Sonhos"

Título: Dream House (A Casa dos Sonhos)
Lançamento: 2011 (USA)
Actores: Daniel Craig, Naomi Watts, Rachel Weisz
Direcção: Jim Sheridan
Género: Drama/Mistério/Triller
Duração: 92 min.

     Essência Pura: 3/10


     Sinopse: Will Atenton, um publicitário de sucesso, demite-se do seu trabalho em Manhattan para se mudar com a sua mulher e as suas duas filhas para uma cidade em New England. Mas, enquanto se preparam para uma nova vida, descobrem que a sua casa perfeita foi palco do assassinato de uma mãe e dos seus dois filhos, e que a cidade inteira acredita que os crimes foram cometidos pelo marido, o único sobrevivente. Quando Will começa a investigar, as suas únicas pistas vêm de Ann Paterson (Watts), uma vizinha que era próxima da família que morreu. Juntos, Will e Ann, terão de descobrir quem assassinou a família da casa dos sonhos de Will.

     Opinião: Foi um filme que não me encheu de todo as medidas. Demasiado previsível ao meu ver e não encontrei nenhuma personagem ou actuação que achasse merecedora de destaque. São 92 minutos à espera de algo que sei quase desde inicio. Sem contar, que este filme em muitas partes parece ter ido buscar cenas ou ideias a outro filme, The Others. 


     Toda a primeira parte do filme é completamente desinteressante. As personagens são rotineiras, as falas normalíssimas e não passa daí. O produtor tenta nesse tempo apresentar pequenos detalhes que seriam e foram de certa forma importantes para a segunda metade, introduzindo pequenas informações. Contudo, essa tentativa teve um mau resultado pois, pelo menos a mim, só me levou a saber a resposta do filme desde o inicio. Também sou sincera, não havia muito por onde escolher, a faceta do mistério foi totalmente deitada a baixo. O objectivo do filme seria mesmo descobrirmos e desvendarmos o mistério de um assassinato e os motivos do mesmo, bem as escolhas eram tão poucas e a informação tão óbvia que a resposta foi dada no momento errado e muito antecipadamente.


     Já na segunda parte do filme, a que levaria o espectador a saltar da cadeira e a ansiar cada vez mais por descobrir a verdade e por ver as cenas de acção, ficou-se só mesmo pelo desejo. As cenas de acção foram pouco concisas, a ansiedade já não existia pois já se fazia ideia do que tinha acontecido e o filme ter adaptado a ideia de outro, que pelo menos eu já conhecia, não ajudou muito. Enfim, foi um filme que ficou por muitos "quereres".


     Pontos Baixos: A previsibilidade da história, é sem dúvida para mim o ponto mais baixo. Qual é a piada de estar a ver um mistério se a meio ou mesmo antes do meio do filme já sei a resposta? A própria personagem principal, Will Atenton (Daniel Craig) parecia ter falta de algo.  Faltava-lhe mais vigor, mais expressão, mais vida. 


   Pontos Altos: Bem, apesar de este filme ter sido uma total desilusão por mim ainda consigo destacar as duas meninas que tiveram posso afirmar bastante trabalho. Não terão sido papeis fáceis para duas crianças que nem devem ter tido noção plena da história que estavam a apresentar e ainda bem, não queiramos traumatizar crianças. Achei a inocência das mesmas bastante credível no meio de toda a acção em desgraça.


     Não é um filme que possa aconselhar, concordo também que nem todas as opiniões serão iguais às minhas e alguns até acharam este filme, um bom filme. Contudo, eu não irei ter este filme em consideração quando quiser ver algum para passar um bom momento.


*.* E.P.