terça-feira, 22 de novembro de 2011

Opinião: "Segredos de Sangue"

Título: Dead in the Family (Segredos de Sangue)
Autor/a: Charlaine Harris
Editora: Saída de Emergência
Colecção: Colecção Bang
Classificação: Fantástico
Ano de Edição: 2011
Páginas: 288
Encadernação: Capa Mole

 (O comentário poderá conter sploires apesar de tentar evitá-los.)

     Essência Pura: 7/10

   Sinopse: Depois de suportar tortura e a perda de entes queridos durante a breve mas mortífera Guerra dos Fae, Sookie Stackhouse sente-se magoada e furiosa. O único elemento positivo da sua vida é o amor que acredita sentir pelo vampiro Eric Northman. Mas este está sob olhar atento do novo rei vampiro por culpa do relacionamento de ambos. Enquanto as implicações políticas da revelação dos metamorfos começam a ser sentidas, a ligação de Sookie a um
lobisomem específico arrasta-a para uma questão perigosa. Além disso, sem saber, apesar de os portais para Faery terem sido fechados, restam alguns fae no mundo humano... E um deles está zangado com Sookie. Muito, muito zangado.


     Opinião: E estamos cada vez mais perto do fim e o que já ponderava e questionava a algum tempo vejo agora a Sookie a questionar. Que futuro terá ela? Poderá ficar com o Eric? E quando envelhecer? Com o Eric nunca poderá ter filhos... Tudo questões que já me tinham passado pela cabeça mas que agora também apareceram neste décimo livro que se encaminha para o final de uma óptima saga que me tem feito companhia e que já me fez rir e detestar muitas vezes.

     Este livro não tem como foco evoluir na história propriamente dita mas sim ficarmos a conhecer melhor muitas das personagens que nos acompanharam ao longo desta saga. Pois apesar de todas as guerras, de toda a violência e sangue eles têm sentimentos, tanto os humanos como os vampiros, os metamorfos, os lobisomens e todos os outros. Ficámos a conhecer a família de muitas das personagens e nem todas essas famílias eram amigavéis.

     Comecemos pela nossa querida Sookie. Desta vez não esteve às portas da morte, para variar um pouco, ela também merece descanso. Em volta da mesma vimos crescer ao longo deste livro o medo que lhe esta a transparecer, o medo da solidão. Pouca família lhe resta e tem um namorado vampiro que nunca lhe poderá dar filhos, então tivemos a oportunidade de ver um maior foco na pouca família que lhe resta. O Claude e o Hunter que passavam quase sempre despercebidos tornaram-se muito mais activos e mostraram-se importantes na vida da Sookie. 

     Já o Eric mostrou-nos uma família muito complicada e cheia de problemas, que afirmar que só lhe veio chatear e arranjar mais problemas no meio de tantos que já tinha. No Bill, apesar de não gostar muito dele, vejo um futuro entre ele e o familiar que há muito não via, aparenta-se assim um futuro mais agradável para esses lados.

     Para além das grandes conversas e dilemas familiares ou problemas não evaporaram, apesar de ter sobrevivido ao perigo a Sookie sofreu grandes ameaças à sua frágil vida. Adorei a bravura como lutou e como a vi a tornar-se mais madura nos seus pensamentos, pois apesar da sua idade ainda não tinha pensado em certos pontos da vida em que todos nós acabamos um dia por pensar. 

     Tenho realmente que focar que adorei o Claude neste livro. É uma fada totalmente engraçada na sua maneira de ser claro. E quando ele diz à Sookie que sabe apreciar a beleza, desatei-me a rir... Espero realmente que ele não traga problemas futuros e fique apenas pelo "observar".

     Pontos Baixos: A evolução na história não foi muita e vejo esta saga a encaminhar-se para o fim e não faço a mínima ideia do que é que a autora vai fazer às personagens. Sei que a mesma não tem por tendência planear tudo e sim escrever no momento, assim como eu, mas fico com medo que não pondere mesmo nada e impinja um final que não agrada os fãs. 

     Achei a primeira metade do livro um pouco monótoma apesar de a segunda ter compensado. Mas as primeiras páginas de um livro são essenciais para cativar, se não conhecesse a saga teria ficado muito decepcionada.

     Pontos Altos: A participação mais activa do Claude. Adorei, como mencionei, as interacções do mesmo com a Sookie e a sua tentativa de adaptação. Gostei também do foco familiar neste livro e várias descobertas que foram feitas no mesmo tema, assim como, a entrada em cena do criador do Eric, posso dizer que aquele homem me enervou bastante. Mas foi sem dúvida uma personagem que se destacou e mostrou um outro lado do nosso querido viking.

     Uma das cenas finais, em que a Sookie fica totalmente fora de si devido a uma substância que toma também foi deveras muito hilariante, contudo demasiado prática para o efeito desejado. 

     Aconselhar esta saga nunca é tarde de mais, para quem a acompanha posso dizer que não é o melhor livro da saga mas é bastante satisfatório e tem momentos muito interessantes.

*.* E.P. 

Opinião: "A Filha da Profecia"

Título: Child of the Prophecy (A Filha da Profecia)
Autor/a: Juliet Marillier
Editora: Bertrand Editora
Colecção: Romance Fantástico
Classificação: Literatura Fantástica
Ano de Edição: 2008
Páginas: 480
Encadernação: Capa Mole

 (O comentário poderá conter sploires apesar de tentar evitá-los.)

     Essência Pura: 8/10

     Sinopse: Fainne foi criada numa enseada isolada da costa de Kerry, com uma infância dominada pela solidão. Mas o pai, filho exilado de Sevenwaters, ensina-lhe tudo o que sabe sobre artes mágicas. Esta existência pacífica é ameaçada pelo surgimento da avó da rapariga, a terrível lady Oonagh,que se impõe na vida na neta. Com a perversidade que a caracteriza, a feiticeira informa Fainne do legado que traz dentro de si: o sangue de uma linhagem maldita de feiticeiros, incutindo na jovem um sentimento de ódio profundo e, ao mesmo tempo, incumbindo-a de uma tarefa que a deixará aterrorizada. Enviada para Sevenwaters com o objectivo de destruí-la, Fainne irá usar todos os seus poderes mágicos para impedir o cumprimento de uma profecia.

O melhor romance celta desde "As Brumas de Avalon"

     Opinião: Que belo final. Chegou ao fim a trilogia de Sevenwaters. Tenho conhecimento, como é óbvio, que existem pelo menos até à data mais dois livros que se passam no mesmo "mundo" contudo para mim não pertencem a este grupo. Foi um final que agradou certamente aos fãs, pelo menos eu fiquei. E a Fainne... Maravilhoso.

   Por onde começar... A protagonista, Fainne, foi a peça chave para este livro. Uma óptima personalidade e uma força de vontade enorme mesmo quando a achamos fraca ela consegue-nos surpreender. Evoluiu em toda a história, não apenas os seus poderes, mas a personalidade e também aquela força que ela tinha dentro dela que me fez adorá-la. Culpo-me também em certa parte, gostei muito da personagem por ter algumas características iguais às minhas como a solidão, podendo ter isso influenciado a minha opinião sobre a mesma. 

     Adorei ver que a autora também quis dar um final digno a algumas personagens que bem o mereciam. Acho que é sempre importante não se destacar apenas a história da protagonista mas também de todas as personagens que fazem o mundo onde ela pertence para esta se poder destacar entre outras personagens magníficas e que dificultam muitas vezes o destaque da mesma, mas no bom sentido claro. 

     Confesso também que adoro tudo o que envolva magias e feitiços e como esse foi um tema com muito destaque neste último livro, a minha atenção e dedicação foi muito maior. A interacção com os variados animais também foi uma mais valia. Ai ai, Fiacha Fiacha.    

      Pontos Baixos: O título que foi dado em português ao livro. Acho que tornou a história um pouco óbvia de mais, após termos ficado com uma ideia no segundo livro, basta-nos ler o título do terceiro para essa teoria desaparecer e uma outra erguer-se, enquanto que no título em inglês essa hipótese não se dá e só mesmo a ler e com muita atenção é que a teoria se formaria. 

     Para além disso, apesar de adorar a escrita da autora e o romantismo que transpira na sua escrita, ver num terceiro livro o mesmo tipo de romance tornou-se já óbvio e monótomo, não que não dê valor ao romance que foi destacado, até porque gostei muito do rapaz em questão. No entanto, poderia ter alterado um pouco mais o romance não o tornando tão similar aos anteriores. 

     Pontos Altos: A protagonista esteve muito bem. Não me pareceu ignorante de mais perante situações em que teria achado outras personagens no mesmo caso ignorantes, a sua evolução mostra-nos que de página para página ela torna-se uma mulher forte e que tem realmente o poder de mudar tudo para melhor.

     O final que imaginei alterou-se um pouco quando a profecia foi finalmente bem explicada e tornou-se num ponto bastante positivo, pois se seguisse apenas o que estávamos à espera acharia uma desilusão. A luta final oi boa, não excelente mas satisfatória para me fazer recordar, mas acho que foram os acontecimentos que se passaram na mesma que me faz destacar a acção em questão. Houve muitas reviravoltas e destinos traçados. 

     Foi sem dúvida uma trilogia magnífica e que aconselho. Só espero vir a ter um dia o prazer de conhecer a autora desta excelente obra.

*.* E.P. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Compras- Novembro

     Bem este mês foi de doidos, no bom sentido literário e no mau sentido financeiro. Aproveitei umas quantas promoções e tirei o estômago da miséria após tanto tempo sem compras. Já tive oportunidade de ler alguns dos livros que comprei e espero brevemente colocar aqui a minha opinião sobre eles. 

     Entretanto, este mês decorreu também o Fórum Fantástico em Telheiras que deu a oportunidade de ver e rever muitos outros "fanáticos" como eu por literatura e poder ainda debater as novidades. 

     Fica então aqui a lista dos livros deste mês:




     - A Marca de Kushiel #2 de Jacqueline Carey
     - A Eleita de Kushiel #3 de Jacqueline Carey
     - A Dança dos Dragões #9 de George R.R. Martin
     - Os Segredos de Sangue #10 de Charlaine Harris
     - Herança #4 de Christopher Paolini (em conjunto com o meu namorado)
     - O Medo do Homem Sábio - Parte 1 #2 de Patrick Rothfuss


   
     - Sebastian #1 de Anne Bishop
     - Wicked Lovely - Amores Rebeldes #1 de Melissa Marr
     - Wicked Lovely - Tatuagem #2 de Melissa Marr
     - O Jogo do Anjo de Carlos Ruiz Zafón
     - O Verdadeiro Dr. Fausto de Michael Swanwick
     - O Rapaz do Pijama ás Riscas de John Boyne




*.* E.P.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Opinião: "De repente 30"

Título: 13 Going on 30 (De repente 30)
Lançamento: 2004
Actores: Jennifer Garner, Mark Ruffalo, Judy Greer
Direcção: Gary Winick
Gênero: Comédia/Fantasia/Romance
Duração: 98 min.

     Essência Pura: 6.5/10

     Sinopse: Jenna Rink (Christa B. Allen) é uma garota que está descontente com sua própria idade, já que seus colegas mais populares da escola não lhe dão atenção, seus pais ficam sempre no seu pé e o garoto por quem está apaixonada nem sabe que ela existe. A única amizade que Jenna possui é Matt Flamhaff (Sean Marquette), seu vizinho. Para tentar reverter a situação Jenna decide por ter uma grande festa para o seu 13º aniversário, convidando todos os adolescentes que conhece. Porém o que deveria ser sua consagração se transforma num grande desastre, após Jenna ser trancada em um armário devido a uma brincadeira e ser completamente esquecida pelos demais presentes na festa. Triste, Jenna faz um pedido: virar adulta de repente, para ter a vida com que sempre sonhou. O pedido milagrosamente se torna realidade e, no dia seguinte, Jenna (Jennifer Garner) desperta em 2004 e com 30 anos de idade. De início Jenna fica assustada com as novidades de sua vida, mas aos poucos fica cada vez mais encantada por ter se tornado tudo aquilo que sempre sonhou ser. Porém, quando tenta reencontrar Matt (Mark Ruffalo), Jenna descobre que perdeu contato com ele há vários anos e que agora ele está prestes a se casar.

     Opinião: Um filme que dá para largar umas boas gargalhadas. As peripécias de Jenna não passam nada despercebidas e quando esta de um dia para o outro passa de 13 anos para 30 anos as diferenças são bastantes. Em 17 anos a moda é totalmente outra, a tecnologia evoluiu e a sua vida cresceu de uma maneira totalmente diferente do que ela queria, porque apesar de ver os seus desejos realizados tudo o resto pareceu lutar contra a sua felicidade e bom carácter.

     É um filme leve que dá para entreter o suficiente para podermos dizer que passamos um bom tempo. É divertido ver como as mudanças são grandes em idades tão distintas e como nem tudo o que desejamos é o melhor. A lição que sempre ouvi toda a vida de pessoas mais velhas vi-a detalhadamente neste filme: " Não queiras crescer depressa de mais, nem sabes o que irás desejar um dia voltar a ter essa idade". 

   A Jennifer Garner não decepciona mas também não faz uma performance excepcional, satisfatória ouso dizer. É um papel óbvio e já muito usado, contudo o que pode marcar a diferença nesta comédia é o empenho do actor/actriz, neste caso a J.G. Foi bem conseguido, mas o suficiente para ser notado e não aclamado.

     Quanto ao filme em geral, é uma comédia comum e relaxante, não poderá haver muito a acrescentar, já que neste gênero de filme os lapsos são comuns, mas como não sendo um filme com uma produção para chegar a óscar a observação a esses lapsos é mais desleixada da minha parte.

     Pontos Baixos: Ser mais uma típica comédia, não no caso de um crescimento de idade de um dia para o outro, mas o normal de vermos uma personagem que tem a sua vida totalmente ao contrário do que desejava sem se aperceber e que um dia ao abrir os olhos tenta mudar tudo isso e seguir um novo rumo, poderia enumerar várias comédias desse gênero mas também não quero massacrar o filme com excessivas comparações a outros. Outra questão que me deixou bastante intrigada foi a Jenna em todo o caso ter um suposto namorado, até a meio do filme ele aparece e interage e ela mesmo refere-o várias vezes, contudo de um momento para o outro ele desaparece. Onde é que ele foi parar? Estranho. 

     Pontos Altos: A demonstração de como uma pessoa pode mudar bastante com a idade. Que nem sempre o que desejamos é o melhor pois muitas vezes não termos noção das consequências do que queremos. Estes factores foram cruciais para considerar esta uma comédia agradável pois não teve só como objectivo fazer rir mas mostrar algo que nos atinge todos os dias, principalmente aos jovens.

     É um filme divertido e bom para ver na companhia de amigos que gostem de comédias românticas, contudo não se excedam de expectativas pois no final é só um pouco mais do mesmo, não sendo esse um ponto negativo, sendo por vezes até positivo se não quiserem ser surpreendidos. 

*.* E.P.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Opinião: "O Capitão Corelli"

Título: Captain Corelli's Mandolin (O Capitão Corelli)
Lançamento: 2001
Actores: Nicolas Cage, Penélope Cruz, Christian Bale, John Hurt
Direcção: John Madden
Gênero: Drama/Romance/Guerra
Duração: 131 min.


     Essência Pura: 7.5/10

     Sinopse: A idílica beleza da costa mediterrânea da Grécia foi invadida pela Itália, trazendo legiões de soldados a antes tranquila ilha de Cephallonia. O Capitão Corelli (Nicolas Cage), um oficial apaixonado pelo bandolim, inicialmente conquista a inimizade de muitos moradores, inclusive de Pelagia (Penelope Cruz), a filha do médio da aldeia. Pelagia é uma mulher educada e voluntariosa e se sente ofendida pelo comportamento do oficial italiano, mas lentamente cede ao seu charme, quando é forçada a dividir a casa de seu pai com capitão. Quando o noivo da moça deixa a ilha para guerra,a amizade entre Antonio e Pelagia cresce ainda mais forte. Sua beleza e inteligência conquistam seu coração e seu afeto pelos moradores o levam a questionar suas razões em lutar. Antonio se torna parte da vida dos moradores, mas por curto período. Com a guerra mais perto da vila, Antonio e Pelagia são forçados a escolher entre a lealdade a seus países e o amor que sentem um pelo outro.

     Opinião: Para mim este filme é muito mais que uma história de amor decorrente num dos piores períodos da história mundial. Retrata muitos outros pormenores por vezes esquecidos, mostra como uma guerra separa, modifica e degenera a vida de um povo. Onde pais vêm os seus filhos partirem antes deles, assim como, cidades eram totalmente dizimadas.

     Pelagia, Penélope Cruz, pode parecer não ser mais que uma simples mulher que mora com o seu pai e que se encontra noiva, mas ao longo de todo o filme vimos a força desta personagem, capaz de lutar contra todas as situações e fugir a tradição e ao pudor entregando-se ao seu verdadeiro amor. A sua coragem é notória, arriscando a vida para cuidar dos que lhes são mais queridos. Uma personagem fantástica e contudo não perfeita dando assim o toque de realidade e naturalidade que por vezes faltam às personagens de certos filmes.

     No decorrer do filme deparamo-nos com imagens e locais excepcionais, onde o amor está à vista de um olhar. O ínicio da paixão entre Pelagia e o Capitão Cornelli inicia-se não com toques nem com abuso de cenas apaixonantes que abundam em muitos filmes, mas sim com cenas subtis em que vimos a cada cena aumentar a intensidade da respiração dos mesmos e até mesmo os olhares e atitudes. Isto é algo que faz deste romance mais que um mero romance. 

     Não posso deixar de referir que toda a representação da 2ª Guerra Mundial foi fascinante, dando-nos o gosto de pequenos detalhes da mesma, não causando a sensação de que estávamos a ver um filme de guerra mas que sim um romance que se passava num período de guerra. Os detalhes como a ideologia alemã que é subtilmente colocada, assim como, os massacres que os alemães faziam, as perdas que existiam e a separação de nações e vidas. 

     Pontos Baixos: Apesar de tantos pontos positivos, não dou uma cotação mais elevada por comparação a outros filmes e a outros pequenos detalhes. As atitudes do próprio Mandras, Christian Bale, por vezes deixaram a desejar mais, como a sua aceitação rápida do que se estava a passar com a sua noiva e o Capitão, mesmo que este quisesse separar a guerra da vida pessoal, nunca achei que fosse capaz de demonstrar tanta indiferença à situação só referindo realmente o que se passava perto do final. Achei também estranho haver um empenho em se ouvir de vez a vez palavras em italiano por parte dos italianos e contudo por parte dos supostos gregos não se ouvir nenhuma ou rara palavra na sua língua. Pelo menos estava à espera da tentativa para disfarçar e mostrar que estava mesmo a acção a decorrer na Grécia. 

     Pontos Altos: A qualidade dos actores, Nicolas Cage, Penélope Cruz, Christian Bale e John Hurt tiveram desempenhos esplêndidos. A tentativa dos mesmos ao tentar disfarçar o sotaque que tinham e colocar o sotaque correspondente a nacionalidade que representavam também foi um ponto a favor. Todos os detalhes da guerra também merecem o seu destaque assim como as paisagens retratadas ao longo do filme. 

     É um filme que recomendo vivamente principalmente aos amantes de romances e épocas passadas em guerras. Tem que chegue para agradar a ambas as partes e nunca enjoar o espectador. 

*.* E.P.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Opinião: "Uma Questão de Fé"

Título: Keeping Faith (Uma Questão de Fé)
Autor/a: Jodi Picoult
Editora: Civilização Editora
Colecção: -/-
Classificação: Drama/Romance
Ano de Edição: 2008
Páginas: 456 
Encadernação: Capa Mole

     (Todo o comentário contem o mínimo de spoilers possíveis e evitei referir directamente o nome das personagens ,assim como, não referi acontecimentos detalhadamente)

     Essência Pura: 6/10
  
Acredita em milagres?

Em que está disposto a acreditar?


    Sinopse: Pela segunda vez no seu casamento, Mariah White apanha o marido com outra mulher, e Faith, a filha de ambos, assiste a cada doloroso momento. Após o inevitável divórcio, Mariah luta contra a depressão e Faith começa a conversar com um amigo imaginário. A princípio, Mariah desvaloriza o comportamento da filha, atribuindo-o à imaginação infantil. Mas quando Faith começa a recitar passagens da Bíblia, a apresentar estigmas e a fazer milagres, Mariah interroga-se se sua filha não estará a falar com Deus. Quase sem se aperceberem, mãe e filha vêem-se no centro de polêmicas, perseguidas por crentes e não-crentes e apanhadas num circo mediático que ameaça a pouca estabilidade que lhes resta.

Levanta questões pertinentes sobre religião sem se tornar sentimentalista - Entertainmente Weekly

     Opinião: Não é qualquer livro ou autor que nos consegue colocar a questionar certos pontos de vista. Fazer-nos pensar no que é ou não real. Fazer-nos questionar as nossas ideologias e crenças, mas esta autora consegue transmitir bem uma questão que envolve mundialmente todos os Homens e que nunca teve realmenente resposta e que dificilmente algum dia virá a ter.

   Quando olhei pela primeira vez para a capa achei que me iria arrepender, gosto pessoalmente de me aventurar em livros e filmes que nos fazem questão muita coisa, mas não gosto de me envolver muito no tema Deus. Não por ser contra em demasia ou a favor em entusiasmo desesperado mas sim por não ter tudo bem difinido ainda, não consigo ser como certas personagens ao longo do livro, em que algumas defendem totalmente a existência do mesmo e outras repudiam-na. No entanto, todo o livro supreendeu-me pela positiva. Pensando eu que iria ler um livro que iria focar muitissimo a existência ou não de Deus, acabei por encontrar um livro que mostra o amor maternal, a luta pela verdade, o bom senso acima da crença excessiva, a traição num plano real e claro a religião em várias vertentes.

     Não posso referir a pouca previsibilidade como um ponto a favor, pois desde o ínicio toda a história se tornou previsivel o que me iria logo fazer recurar na leitura do livro em questão, contudo as personagens e a história das mesmas conseguiu prender-me e querer ver e descobrir mais sobre elas. Confesso que fascinei-me desde ínicio com o jornalista/apresentador/ateu Ian Fletcher, e toda a sua evolução na história. Esta personagem que sempre fora um ateu ávido e lutou sempre por fazer desacreditar todos os supostos milagres e crenças vê-se ao logo de toda a acção a duvidar do que sempre acreditou, que Deus não existe. Uma personagem que parecia vir para desmoronar a lutadora Mariah White, contudo se não fosse a intervenção do mesmo a história talvez não tivesse acabado como acaba. 

     Já a Mariah White, a mãe da suposta vidente religiosa e que vê Deus, Faith White, mostra-nos o que é ser realmente mãe. As constantes dúvidas que se tem, o achar que nunca estamos a altura que é o desafio de cuidar de um filho, os medos, a constante pressão de ter de ser uma mãe perfeita e para além disso de todas essas dúvidas mostrar que é possível tomar as decisões certas quando todos dizem que estamos a tomar a decisão errada. 

     O facto principal que é a questão religiosa em redor da pequena Faith é talvez o que menos me fascina, faz realmente questionar muitas coisas. Se acreditamos realmente em milagres, se temos fé ou se não passa tudo de uma rotina já imposta pela sociedade nas nossas vidas. No entanto, vejo essa parte da história como ficção pois a autora inventou as personagens assim como deu um parecer seu à história, logo, para mim toda essa parte por mais bem retratada que tenha sido é ficção e meramente isso. Mas indico que não é por ser ficção que tirou o glamour à história, é com este tipo de ficção que muitas das vezes se dá origem a acontecimentos bem reais.

     Pontos Baixos: Não consigo focar um ponto exacto que possa indicar como um erro ou uma atracção menos positiva na história. No entanto, posso dizer que certas partes da história não me cativaram assim tanto, algumas personagens que apareceram ao longo da mesma e pareciam vir criar mais polêmica ou mais entusiasmo à mesma apenas desapareceram e a ideia do que poderiam vir a fazer ficou só mesmo pela ideia, deu a entender que não passaram mais do que "palha" para encher páginas. Também achei estranho haver tanto foco em na questão da Faith ver Deus como uma Ela e no entanto no final da história não haver nada que tocasse nesse assunto. 

     Pontos Altos: A naturalidade das personagens mais em foco, tornando-as quase pessoas que podemos encontrar ao fim da rua. As grandes questões apresentadas, como a fé, a traição, as dúvidas, o papel maternal, as doenças e até mesmo como se lidar numa situação de divórcio e a que tudo ele implica. Gostei pessoalmente como já referi das personagens, Ian Fletcher e Mariah White, tanto pela evolução de ambos ao longo da história, assim como, da forma que conseguiram ultrapassar todos os problemas e questões em que se foram vendo colocados. Claro que não posso deixar de passar a pequena Faith e a avó da mesma, a Millie.

    Se é um livro que aconselho? Dependerá muito do vosso gosto literário. Digo já que não é um livro para qualquer pessoa pois acredito que muitos mal o começassem o largassem, pelo facto das temáticas em si. Mas quem gosta de temas que nos fazem questionar no que realmente acreditamos e de dramas familiares este livro é de certeza uma boa escolha.

    Foi uma boa estreia com esta autora, já que nunca tinha lido nenhum livro dela antes, mas mesmo assim acho que iria conseguir um pouco mais com os seus outros livros.

*.* E.P. 

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Opinião: "O Mar de Ferro"

Título: A Feast of Crows (O Mar de Ferro, parte 2)
Autor/a: George R.R. Martin
Editora: Saída de Emergência
Colecção: Colecção Bang
Classificação: Literatura Fantástica
Ano de Edição: 2009
Páginas: 336
Encadernação: Capa Mole


     (Todo o comentário contem o mínimo de spoilers possíveis e evitei referir directamente o nome das personagens ,assim como, não referi acontecimentos detalhadamente)

     Essência Pura: 7.5/10

    Sinopse: Quando Euron Greyjoy consegue ser escolhido como rei das Ilhas de Ferro não são só as ilhas que tremem. O Olho de Corvo tem o objectivo declarado de conquistar Westeros. E o seu povo parece acreditar nele. Mas será ele capaz? Em Porto Real, Cersei enreda-se cada vez mais nas teias da corte. Desprovida do apoio da família, e rodeada por um conselho que ela própria considera incapaz, é ainda confrontada com a presença ameaçadora de uma nova corrente militante da Fé. Como se desenvencilhará de um tal enredo?A guerra está prestes a terminar mas as terras fluviais continuam assoladas por bandos de salteadores. Apesar da morte do Jovem Lobo, Correrrio ainda resiste ao poderio dos Lannister, e Jaime parte para conquistar o baluarte dos Tully. O mesmo Jaime que jurara solenemente a Catelyn Stark não voltar a pegar em armas contra os Tully ou os Stark. Mas todos sabem que o Regicida é um homem sem honra. Ou não será bem assim?

Agarrana-nos e nunca mais larga. Brilhante!  - Robert Jordan

     Opinião: Uffa finalmente! Sou extremamente sincera, apesar de amar esta saga e a escrita de George Martin os primeiros capítulos foram um tal tormento que demorei um ano a conseguir pegar no livro com entusiasmo e terminá-lo. Mas lá consegui. 

     Inicialmente, não gostei de toda a atenção dada as Ilhas de Ferro, mas o título do livro teria de ter alguma razão de ser. Não aprecio as suas tradições nem as suas paixões, contudo, Martin tem de fazer de tudo um pouco e o objectivo dele mesmo não é que gostemos de tudo. O que me dá um sabor amargo, logo no capítulo a seguir pode parecer um hidromel acabadinho de fazer. Acredito que toda a atenção dada a este povo tenha um objectivo e sei que poderão vir a ser muito importantes na história como já deram a entender. Espero vir a apreciar mais esta demanda e as opções que deixaram em aberto.

     Acredito que todas as personagens evoluíram bastante. Adorei ver a loucura da "mulher que se achava a intocável" a aumentar, simplesmente fascinante assim como ver que todos os seus sonhos acabaram bem rápido dentro de uma "jaula", estou bastante curiosa por saber como isto irá terminar, irá o seu suposto amor salvá-la? Não sei não, ele mudou, notasse nas suas atitudes, começou a olhar de outro modo para a vida e também já não está entrelaçado nos feitiços da sua amante. Este sim, está a melhorar bastante, mas são nestes momentos que vimos que nenhuma personagem é totalmente má ou totalmente boa.

    Quanto à demanda da nossa "cavaleira" achei um pouco enjoativa devido à insistência na sua missão, a torto e a direito a mencionava, mas adorei como terminou o último capítulo em que a mesma apareceu. Será que? Ou será que não? Não ficaram com a mesma dúvida que eu? Já o mesmo enjoo senti com as viagens do Homem da Muralha, ele tem a sua importância mas espero que toda a "lenga lenga" que foi apresentada sirva para algo mais. Quanto à nossa ruiva estou bastante contente com ela, pois mostrou uma maior maturidade, só espero que as promessas do seu "pai" não lhe tenha feito voltar a ser a sonsa que era. Quanto à "Ninguém" teve pouco destaque portanto espero ver melhores momento com essa personagem nos próximos livros. 

     Posso afirmar que durante toda a leitura tive saudades de algumas personagens. Apesar de serem mencionadas o seu paradeiro é desconhecido e as suas aventuras também e tanto gosto eu das aventuras das mesmas, anseio mesmo em voltar a ler os seus pensamentos e viagens. Saudades e muitas! Mas pelo que sei no próximo volume as saudades irão ser compensadas. Será mesmo?

     Pontos Baixos: O desaperecimento de certas personagens que causarem de certeza absoluta saudades a muitos fãs. A "injecção" de muitas novas personagens de uma vez, deveriam ter sido colocadas de forma mais faseada.

     Pontos Altos: A evolução de todas as personagens e da intriga. A abertura de muitas novas possibilidades para o futuro de Westeros. O destaque dado a Dorne, sempre gostei da atitude independente da Princessa. A reviravolta final para uma dada senhora que rasgou o vestido de lã cinza foi simplesmente magnífica. 

     A saga em questão nunca me desapontou mas todos os fãs, penso eu, temos de admitir que foi complicado qualquer livro a seguir à "Glória dos Traidores" ser tão satisfatório como o mesmo. Nada se compara a esse e agora sinto-me mal habituada e com medo que os próximos livros parecem-me sempre a piorar, espero que assim não o seja. No geral é um livro bem conseguido e não decepciona apenas dá uma tremenda ansiedade aos fãs e uma forte probabilidade de termos um ataque de coração com certas novidades. Recomendo e recomendarei sempre esta saga, este mundo de traições, invejas, ciumes, sensualidade e mentiras é demasiado bom para não ser notado.

*.* E.P.

domingo, 16 de outubro de 2011

Opinião: "Actividade Paranormal 2"

Título: Paranormal Activity 2 (Actividade Paranormal 2)
Lançamento: 2010
Actores: Katie Featherston, Micah Sloat, Molly Ephraim, Brian Boland,  Sprague Grayden
Direcção: Tod Williams
Gênero: Mistério/Terror
Duração: 91 min.

     Essência Pura: 7/10

    Sinopse: Kristi (Sprague Grayden), irmã de Katie (Katie Featherston), teve recentemente um filho com Daniel (Brian Boland), que já era pai de uma adolescente. Um dia, ao chegarem em casa, a encontram completamente revirada. Tentando evitar que a situação se repita, Daniel compra um sistema de segurança que instala câmeras em diversos cômodos e no lado de fora da casa. Ao mesmo tempo o casal e a adolescente têm por costume filmar tudo o que acontece ao seu redor. Até que um dia situações estranhas começam a acontecer, o que faz com que o trio acredite que a casa é mal assombrada.

     Opinião: Um filme que não agrada a todos. Actividade Paranormal desde o primeiro filme que se destacou por ter um carácter muito especial, ou se gosta ou se detesta. Muitas pessoas adormeceram a ver estes filmes outras tantas mal conseguiam dormir durante a noite após verem este filme. Posso indicar que eu tendo mais para o segundo grupo de pessoas, tenho um gosto especial por este estilo de filmes pois para mim terror não é sangue e mortes muito elaboradas com instrumentos cada vez mais estranhos e fora do normal, terror é sim a sensação de não saber o que se esperar, apenas se sabe que algo de muito mau está para vir e que a qualquer momento pode aparecer. É sentir sempre que algo pode acontecer a qualquer momento que me mete medo não uma quantidade absurda de sangue.

     Comparando este segundo filme com o primeiro poderei dizer que houveram aspectos bem mais positivos e outros mais negativos. Este desenrolou-se na minha opinião de forma mais lenta, contudo quando algo acontecia era em grande, mas também estava à espera que acontecessem mais actividades paranormais. Já o primeiro que deixou muitas perguntas em aberto, com este novo filme conseguimos responder a muitas dúvidas que tinham ficado por esclarecer. A entrada de mais personagens também fez, para mim, tornar-se tudo muito mais interessante assim como a percepção natural dos animais para actividades estranhas, portanto, a cadela foi um elemento extraordinário e de louvar. 

     Muitas das vezes tive pena do pequeno Hunter, foi uma personagem que não falava nem interagia muito, apenas gatinhava, chorava e gritava, mas foi essencial para toda a história desta segunda parte da sequela. Ainda estou a pensar como é que o miúdo ficou a planar no ar. Medo!

     Contudo, existiram cenas que foram muito idênticas ao do primeiro apenas tentaram criar mais brutalidade nelas para disfarçar as semelhanças e criar talvez para quem tenha a sensibilidade mais activa e assim ficasse com mais medo.

     Pontos Baixos: A lentidão inicial do filme o que faz perder um pouco do entusiasmo com que começamos a ver o filme. Demasiadas câmeras na minha opinião, enquanto no primeiro estávamos muito restritos por uma única câmera e se essa fosse deixada para trás apenas o som era transmitido criando ansiedade, neste a existência de várias câmeras retirou um pouco o suspense pois a visibilidade era quase total excepto na cave.  O final achei um pouco acelerado de mais, podiam ter acelerado mais o inicio e desacelerado mais o final. Agora uma grande falha foi no trailer do filme aparecer uma cena que no filme não aparecer, não é de todo normal e foi uma falha gigantesca.

     Pontos Altos: A sequela ter dado resposta a muitas dúvidas que tinham sido deixadas pelo anterior filme e ter sido também um gênero de introdução para o que levou a acontecer na casa da Katie e do Micah. As interacções não humanas por parte da cadela também foram magníficas, pois esta como o Hunter foram o que notaram logo a presença de alto exterior aos habitantes da casa e deram várias vezes sinais disso. Por serem ambos, tanto a cadela por não poder ser treinada a 100% como "actriz", assim como o Hunter por ser demasiado novo para poder ser ensinado como deve ser, tornaram as cenas muito mais reais e a simplicidade como faziam as coisas davam mais credibilidade a história. Para terminar, o suspense continou a destacar-se mesmo já sabendo o que poderia esperar, mas contudo não quando.

     É um filme difícil, pois é imprevisível saber quem irá gostar dele ou odiar. Contudo para quem gosta de terror/suspense aconselho-o e peço que estejam bem atentos ao filme e não riam de todas as cenas pensando que são impossíveis de acontecer, pois nunca se sabe e o filme também perde logo toda a piada se assim acontecer.

*.* E.P.

Opinião: "Equilibrium"

Título: Equilibrium
Lançamento: 2002 
Actores: Christian Bale, Sean Bean, Emily Watson, Taye Diggs
Direcção: Kurt Wimmer
Gênero: Acção/Drama/Sci-Fi
Duração: 107 min.

      Essência Pura: 9/10

     Sinopse: Nos primeiros anos do século XXI aconteceu a 3ª Guerra Mundial. Aqueles que sobreviveram sabiam que a humanidade jamais poderia sobreviver a uma 4ª guerra e que a natureza volátil dos humanos não podia mais ser exposta. Então uma ramificação da lei foi criada, o Clero Grammaton, cuja única tarefa é procurar e erradicar a real fonte de crueldade entre os humanos: a capacidade de sentir, pois há a crença de que as emoções foram culpadas pelos fracassos das sociedades do passado. Desta forma existe um estado tolitário, a Libria, que é comandado pelo "Pai" (Sean Pertwee), que só aparece através de telões. Foi decretado que os cidadãos devem tomar diariamente Prozium, uma droga que nivela o nível emocional. As formas de expressão criativa estão contra a lei, sendo que ao violar qualquer regulamento a não-obediência é punida com a pena de morte. John Preston (Christian Bale) é um Grammaton, um oficial da elite da lei, que caça e pune os "ofensores", além de ter poder para mandar destruir qualquer obra de arte. Um dia, acidentalmente, Preston não toma o Prozia. Pela primeira vez ele sente emoções e começa a fazer questionamentos sobre a ordem dominante.

     Opinião: Qual seria o objectivo de viver se não se sentisse? Como poderíamos viver sem amar, odiar, invejar, rir...? Não haveriam guerras certamente já que muitas delas são originadas devido à inveja, cobiça, ciúme, obsessão, mas será que valeria a pena não haver guerras e os seres humanos não passarem de seres com rotinas definidas em que nada lhes daria prazer nem nada os afectaria? Todos estes dilemas são a base do filme. 

     Encontramo-nos numa sociedade alternativa, assim como já vimos na trilogia de Matrix, contudo os humanos têm noção do que fazem e decidiram abdicar dos seus sentimentos para manter a paz e uma sociedade perfeita. Existe uma guarda especializada, os clérigos, responsável por verificar se todos os humanos consumem a droga que permite este tal acontecimento, assim como, exterminam os que lutam contra este sistema de não sentir. No meio de toda esta disputa e tentativa de criar a sociedade perfeita podemos encontrar o melhor e mais perspicaz clérigo, o Jonh Preston (Christian Bale), um dos mais poderosos e destemidos do seu cargo. Contudo, ele que defende vivamente o uso do Prozium, acaba por não o tomar e vê-se a sentir e a reagir às pequenas das coisas da vida que acontecem ao seu redor fazendo-lhe sentir toda uma espécie de emoções. 

     Este é um tema que nunca me canso de discutir, será que um Mundo perfeito, sem guerras, sem cobiça, sem inveja e sem todos os outros males seria melhor do que o que temos agora? E além do mais, será que teria futuro um Mundo assim? Até que ponto eu quereria abdicar dos meus sentimentos e emoções para criar este tal perfeccionismo? Confesso que não era capaz de viver como um robot, sem qualquer gênero de sentimentos. 

     Toda a história transborda de dilemas filosóficos que nos fazem pensar do inicio ao fim do filme, o que realmente vale a pena. As actuações são magníficas já que muitos dos actores tiveram de fingir não ter sentimentos, e acredito que seja um total desafio para um actor ter um papel que a sua principal característica é não sentir. 

     Não posso de deixar de referir que apesar de a participação do Sean Bean ser curta é bastante preciosa e importante para certas reviravoltas no filme e até mesmo na personalidade de certas personagens. 

     Pontos Baixos: Em todo o filme uma das coisas que mais achei estranho foi, o Jonh Preston, sendo ele um detector implacável de sentimentos, sabendo sempre quando um outro humano estava a reagir através das emoções, como é que não reparou que os seus filmes tinham deixado de usar o Prozium. Achei também uma ou outra cena de luta um pouco mais exageradas mas como este filme está categorizado em sci-fi até as perdoo. Por fim, por vezes o Preston não consegue disfarçar assim tão bem as suas emoções, como é que ninguém reparava? Ou será que só eu é que reparei?

     Pontos Altos: O argumento é magnífico. Achei todo o tema muito bem retratado assim como aplicado ao cinema. De uma forma simples explicou-se vários dos grandes dilemas. A performance do Christian Bale volta novamente a destacar-se, é um actor que se dedica 100% aos seus papéis. Muitas outras personagens mereciam descrições individuais, mas mencionarei apenas que gostei muito de ver o Sean Bean e o Taye Diggs. 

     É um filme que recomendo totalmente, então para quem goste do gênero vai amá-lo de certeza absoluta. Simplesmente magnífico.

*.* E.P.