domingo, 16 de outubro de 2011

Opinião: "Equilibrium"

Título: Equilibrium
Lançamento: 2002 
Actores: Christian Bale, Sean Bean, Emily Watson, Taye Diggs
Direcção: Kurt Wimmer
Gênero: Acção/Drama/Sci-Fi
Duração: 107 min.

      Essência Pura: 9/10

     Sinopse: Nos primeiros anos do século XXI aconteceu a 3ª Guerra Mundial. Aqueles que sobreviveram sabiam que a humanidade jamais poderia sobreviver a uma 4ª guerra e que a natureza volátil dos humanos não podia mais ser exposta. Então uma ramificação da lei foi criada, o Clero Grammaton, cuja única tarefa é procurar e erradicar a real fonte de crueldade entre os humanos: a capacidade de sentir, pois há a crença de que as emoções foram culpadas pelos fracassos das sociedades do passado. Desta forma existe um estado tolitário, a Libria, que é comandado pelo "Pai" (Sean Pertwee), que só aparece através de telões. Foi decretado que os cidadãos devem tomar diariamente Prozium, uma droga que nivela o nível emocional. As formas de expressão criativa estão contra a lei, sendo que ao violar qualquer regulamento a não-obediência é punida com a pena de morte. John Preston (Christian Bale) é um Grammaton, um oficial da elite da lei, que caça e pune os "ofensores", além de ter poder para mandar destruir qualquer obra de arte. Um dia, acidentalmente, Preston não toma o Prozia. Pela primeira vez ele sente emoções e começa a fazer questionamentos sobre a ordem dominante.

     Opinião: Qual seria o objectivo de viver se não se sentisse? Como poderíamos viver sem amar, odiar, invejar, rir...? Não haveriam guerras certamente já que muitas delas são originadas devido à inveja, cobiça, ciúme, obsessão, mas será que valeria a pena não haver guerras e os seres humanos não passarem de seres com rotinas definidas em que nada lhes daria prazer nem nada os afectaria? Todos estes dilemas são a base do filme. 

     Encontramo-nos numa sociedade alternativa, assim como já vimos na trilogia de Matrix, contudo os humanos têm noção do que fazem e decidiram abdicar dos seus sentimentos para manter a paz e uma sociedade perfeita. Existe uma guarda especializada, os clérigos, responsável por verificar se todos os humanos consumem a droga que permite este tal acontecimento, assim como, exterminam os que lutam contra este sistema de não sentir. No meio de toda esta disputa e tentativa de criar a sociedade perfeita podemos encontrar o melhor e mais perspicaz clérigo, o Jonh Preston (Christian Bale), um dos mais poderosos e destemidos do seu cargo. Contudo, ele que defende vivamente o uso do Prozium, acaba por não o tomar e vê-se a sentir e a reagir às pequenas das coisas da vida que acontecem ao seu redor fazendo-lhe sentir toda uma espécie de emoções. 

     Este é um tema que nunca me canso de discutir, será que um Mundo perfeito, sem guerras, sem cobiça, sem inveja e sem todos os outros males seria melhor do que o que temos agora? E além do mais, será que teria futuro um Mundo assim? Até que ponto eu quereria abdicar dos meus sentimentos e emoções para criar este tal perfeccionismo? Confesso que não era capaz de viver como um robot, sem qualquer gênero de sentimentos. 

     Toda a história transborda de dilemas filosóficos que nos fazem pensar do inicio ao fim do filme, o que realmente vale a pena. As actuações são magníficas já que muitos dos actores tiveram de fingir não ter sentimentos, e acredito que seja um total desafio para um actor ter um papel que a sua principal característica é não sentir. 

     Não posso de deixar de referir que apesar de a participação do Sean Bean ser curta é bastante preciosa e importante para certas reviravoltas no filme e até mesmo na personalidade de certas personagens. 

     Pontos Baixos: Em todo o filme uma das coisas que mais achei estranho foi, o Jonh Preston, sendo ele um detector implacável de sentimentos, sabendo sempre quando um outro humano estava a reagir através das emoções, como é que não reparou que os seus filmes tinham deixado de usar o Prozium. Achei também uma ou outra cena de luta um pouco mais exageradas mas como este filme está categorizado em sci-fi até as perdoo. Por fim, por vezes o Preston não consegue disfarçar assim tão bem as suas emoções, como é que ninguém reparava? Ou será que só eu é que reparei?

     Pontos Altos: O argumento é magnífico. Achei todo o tema muito bem retratado assim como aplicado ao cinema. De uma forma simples explicou-se vários dos grandes dilemas. A performance do Christian Bale volta novamente a destacar-se, é um actor que se dedica 100% aos seus papéis. Muitas outras personagens mereciam descrições individuais, mas mencionarei apenas que gostei muito de ver o Sean Bean e o Taye Diggs. 

     É um filme que recomendo totalmente, então para quem goste do gênero vai amá-lo de certeza absoluta. Simplesmente magnífico.

*.* E.P. 

Sem comentários:

Enviar um comentário