terça-feira, 4 de outubro de 2011

Opinião: "Filadélfia"


Título: Philadelphia (Filadélfia)
Lançamento: 1993 (USA)
Actores: Tom Hanks, Denzel Washington, Roberta Maxwell e Antonio Banderas
Direcção: Jonathan Demme
Género: Drama
Duração: 125 min.

     Essência Pura: 9.5/10

     Sinopse: Andrew Beckett é um advogado promissor de uma grande firma, que é demitido quando descobrem que ele tem AIDS. Ele procura Joe Miller, um advogado negro, para processar a empresa.

  Opinião: Admito que sou uma mulher que luta pelos direitos das pessoas, independentemente da cor, dos gostos sexuais, das crenças entre outros casos. E ter visto este filme só me fez aumentar a raiva pela pessoas que não têm noção das coisas e apenas se preocupam com a sua própria bola de cristal. O filme em questão retrata uma das grandes descobertas, pela negativa, do fim dos anos 80/início dos anos 90, a SIDA, AIDS, HIV...

     No decorrer do filme encontramos vários preconceitos que pouquíssimo são disfarçados e ainda bem, pois só mostra como era a mentalidade das pessoas há cerca de 25 anos atrás assim como, mostra o que muitas pessoas são hoje em dia mas ou omitem ou fingem que está tudo bem. Pois os vários preconceitos retratados ainda hoje existem contudo, as pessoas tentam ser mais subtis, mas aí apenas reside a falsidade em que o nosso Mundo encontra-se. Em Philadelphia, vemos o preconceito contra as pessoas doentes. Quando uma doença nova aparece e mal sabemos realmente o que a causa e como se transmite a tendência de qualquer pessoa não é descobrir a resposta a essas perguntas mas sim apenas afastar-se o mais possível de quem a tem, no filme, a personagem principal, Andrew (Tom Hanks), um portador de Sida vê-se nessa situação a todo o instante. 

     Para além de portador de Sida é também homossexual o que apenas provoca ainda mais preconceito para com o mesmo por parte dos outros. Ninguém tem nada a ver com a sua opção ou gosto sexual mas esse gosto serve como desculpa em todo o filme para os seus actos, não que Andrew se desculpe por ser homossexual, mas os outros, o patrão, os media, a população em geral crucifica-o por sê-lo. 

     Após ser despedido por uma coisa totalmente inventada, Andrew decidi lutar contra isso e acusa os seus patrões de o terem despedido por ter Sida o que vai contra a lei. Todo o filme acaba por rodar no tribunal em que Andrew com a ajuda do advogado Miller, um homem que era totalmente preconceituoso a nível da homossexualidade e tinha receio da Sida, luta por provar a injustiça que lhe foi feita e também na evolução da doença da Sida, mostrando todo o tratamento doloroso para atenuar a dor mas que por mais que tentassem levaria sempre ao mesmo caminho, a morte.

     Pontos Baixos: Só poderei destacar um ponto. Estudei ciências até ao décimo segundo ano e durante 5 anos tive de debater o assunto "Sida", devido a isso sinto-me quase uma expert no assunto. Uma das coisas que se comprovaram ao longo dos anos é que não é a população homossexual que transmite ou contraí mais Sida mas sim os heterossexuais o que ninguém parece saber ou querer perceber. No filme, apesar de saber que é de 1993 e que todos apontavam a Sida como a doença dos homossexuais, acho que deveria ter sido referido nem que por alto que os heterossexuais também ficavam muitas vezes infectados pelo vírus do HIV, não apenas por erros hospitalares nas transfusões de sangue mas sim por irresponsabilidade dos mesmos. Quem não tiver tão bem informado como eu, ao ver o filme apenas irá ficar com a ideia de que a Sida é mesmo uma doença de homossexuais. Dispenso essa ideia!

     Pontos Altos: O argumento do filme é tremendamente espectacular, posso dizer que não existiram "papas na língua", sem contar que na altura de 1993 uma tema destes ser o destaque principal de um filme requer muita coragem e muita força de vontade de querer mudar as mentalidades. Realmente fascinante. A interpretação do Tom Hanks no papel do advogado Andrew foi divinal, apesar de não ser dos meus actores preferidos, ganhei um grande carinho pelo mesmo com este magnífico papel que ele desempenhou. Não poderei também deixar de destacar o Denzel Washington como Miller que mostrou que uma pessoa é capaz de lutar com os seus preconceitos e defender ideais que nunca antes pensaria que poderia defendê-los. Gostei também de ver o Antonio Banderas no papel de Miguel, parece um papel fácil por ser secundário e subtil, contudo, ser-se o companheiro diário de uma pessoa com tantos problemas de saúde como o Andrew é difícil e é necessário ter-se uma força de vontade espectacular. Personagens e interpretações que deixaram lembranças sem dúvida. A música do filme também se destaca bastante e encaixa na perfeição.

     É um filme que aconselho vivamente. Não devemos nunca virar as costas a problemas como estes e nem devemos viver na ignorância de certos assuntos achando que assim esses não nos atingirão pois nunca saberemos de onde casos como estes poderão surgir.

*.* E.P.

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